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Contratações para a nova fábrica da Busscar podem começar em maio, diz advogado da Caio

Os sócios da Caio/Induscar, Marcelo Ruas e Maurício Lourenço da Cunha, assinaram nesta quarta-feira o documento de auto de arrematação da Busscar, junto à 5ª Vara Cível de Joinville. Agora, inicia-se outra etapa do processo de aquisição da empresa joinvilense.


Há um prazo legal para eventual apresentação de recursos, mas, como se isso não acontecer, os novos proprietários deverão entrar na posse dos bens no final de abril. Imediatamente, quando tudo estiver juridicamente concluído, a companhia a ser criada começará a contratação de pessoal. Se houver recursos ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina, o começo de contratações dependerá de decisão dos desembargadores.



Em entrevista exclusiva, o advogado Márcio Cezar Janjacomo explicou os passos seguintes, necessários para Joinville voltar a ser referência na fabricação de ônibus rodoviários. A conversa ocorreu no escritório da leiloeira Tatiane Duarte, com a presença, também, dos investidores Maurício Lourenço da Cunha e Marcelo D. Ruas.


A seguir, os principais trechos da entrevista:


A Notícia — Por que a Caio comprou a Busscar?

Márcio Cezar Janjancomo — É importante dizer que quem está comprando a Busscar são sócios acionistas da Caio/Induscar, e não a empresa propriamente. O principal motivo é ampliar a atuação e sermos relevantes, também, no mercado de ônibus rodoviário. Naturalmente, a excelência da qualidade da mão de obra joinvilense foi decisiva. Aqui há a qualidade quase única de profissionais.


AN — A produção se destinará ao mercado interno?

Janjacomo — Vamos produzir, tanto para o mercado doméstico quanto para clientes de fora do País.


AN — Que tipo de produtos serão fabricados em Joinville?

Janjacomo — Todos os modelos rodoviários. Três, a princípio. Se não houver recursos ao Tribunal de Justiça, até o final de abril estaremos na posse e, imediatamente, iniciaremos o processo de contratação de funcionários.


AN — Quer dizer que, se não houver recurso ao TJ, as contratações começam em maio?

Janjacomo — Imediatamente após tomarmos posse. No começo, precisaremos de pelo menos 150 trabalhadores: projetistas, pessoal de manutenção, de segurança, e administrativo. Para colocar em operação, necessitaremos de, no mínimo, 300 pessoas. Daremos absoluta preferência a ex-funcionários da Busscar. Em todos os níveis.


AN — Qual será o nome da empresa?

Janjacomo — Ainda não temos. Mas será uma empresa nova. Não será uma filial da Caio.


AN — Já está escolhido o executivo que vai comandar a unidade?

Janjacomo — Não, ainda não.


AN — Já há empresa de recrutamento e seleção definida?

Janjacomo — Não. Só depois de termos a posse. Divulgaremos isso no momento certo.


AN — Há estimativa de qual mês a produção vai começar?

Janjacomo — É cedo pra dizer. Depende de haver, ou não, recursos judiciais. É importante lembrar a obrigatoriedade de atualizarmos a planta industrial, a linha de produção. As tecnologias mudaram bastante nos últimos cinco anos.


AN — Esta não foi a primeira tentativa da Caio em comprar a Busscar.

Janjacomo — De fato. Esta é a terceira vez que olhamos para cá. A primeira foi em 2007, quando a Caio procurou os donos da Busscar para uma fusão. A segunda tentativa ocorreu em 2012, quando procuramos, via Justiça, o arrendamento das instalações. Pagaríamos um aluguel, com valor que poderia cobrir os custos de manutenção da massa falida. Mas os agentes no processo de falência não concordaram com a proposta.


AN — Os investimentos, a serem feitos, agora serão de R$ 100 milhões?

Janjacomo — De início, os investimentos serão de R$ 60 milhões a R$ 100 milhões.


AN — E a necessidade de licenças, alvarás? Isso sempre demora.

Janjacomo — Iremos conversar com o prefeito, com o governador em busca de tudo o que for necessário.


AN — A nova empresa vai pedir enquadramento nos programas de benefícios fiscais do do Programa de Desenvolvimento da Empresa Catarinense (Prodec) e o Proemprego?

Janjacomo — Claro. Faremos isso. Vamos nos credenciar em todos os programas fiscais que existirem.


AN — A aquisição significa que os sócios acreditam na retomada da economia e, em especial, neste setor de carrocerias de ônibus. Como enxerga o cenário econômico?

Janjacomo — A crise afetou a todos. Em 2014, acabaram os programas de financiamento do BNDES para produção de ônibus. Todo o setor, de ônibus, de implementos e transportadoras de carga, foi prejudicado.


AN — Qual é o tamanho da Caio/Induscar atualmente?

Janjacomo — A Caio tem 3,8 mil trabalhadores. Já teve 5,5 mil. Mas, há 16 anos, quando os atuais controlados compraram a companhia, tinha só 400. Estes números revelam a expansão que também queremos trazer para Joinville. A Caio já chegou a produzir 35 veículos por dia. Hoje, ela fabrica 18 por dia.


Fonte: A Notícia

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